segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Um outro olhar sobre a exclusão

Discutir exclusão social é uma tarefa difícil. Ao mesmo tempo em que é um tema amplamente comentado, na maioria das vezes é sempre observado sobre uma ótica unidirecional. Ou seja, estuda-se o “excluído involuntário”, aquele que por alguma razão – ou um conjunto delas – situa-se à margem de alguma condição social de maioria.

É sempre o morador da favela, da periferia, de rua, o pobre ou o outro que é taxado de excluído, em relação ao que “nós” possuímos. Porém poucas são as vezes em que temos a sinceridade de nos enquadrar em uma outra classificação de excluídos: os excluídos voluntários.

O indivíduo que escolhe, voluntariamente, se posicionar às margens de uma realidade tida como mais complicada também está se excluindo. Explico: manter uma relação com o desfavorecido, o pobre, o favelado ou o morador da periferia apenas no campo das idéias é uma forma até mais cruel de exclusão. Abdica-se do dever de colaborar com esta pessoa em situação desfavorável em troca de um discurso, uma postura distanciada e uma série de justificativas aparentemente plausíveis.

Opta-se por uma postura distanciada, fazendo vista grossa aos problemas reais e enquadrando a complexidade dos problemas possíveis como se fossem um bloco só (do qual queremos distância);

Porém, urge a necessidade de um novo olhar sobre a exclusão. Não apenas incluir os desfavorecidos à vida publica e seus benefícios, como também incluir esta grande maioria já estável na solução dos problemas sociais. Na prática, há a necessidade de substituir esta lógica que divide a sociedade em duas para reestabelecer um sentimento de co-responsabilização pelo outro.

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