domingo, 8 de agosto de 2010

A Torre 2: Alta tensão



Viver na beira de uma das estradas de maior movimento do Brasil já seria desagradável o suficiente. Morar em uma região sem infra-estrutura, abandonada pelo poder público e palco de disputas territoriais por parte de grandes companhias de, adivinhe: infra-estrutura.
Na comunidade conhecida como "da Torre", localizada na entrada de Guarulhos pela Rodovia Fernão Dias, os habitantes se viram obrigados a estabelecer suas moradias apoiadas nas grandes estruturas metálicas que carregam milhares de Volts de eletricidade sem parar. Com a grande maioria das casas feita de restos de outdoors e madeira podre, a comunidade ainda possui uma série de características atenuantes à situação de vulnerabilidade e risco social.
A grande quantidade de lixo depositado no entorno, somado à proximidade com um córrego sem escoamento correto, atraem para a região um odor desagrádavel e constante, que marca até no olfato a precariedade da condição de vida daquelas pessoas. Incomodando a visão e a tranquilidade das famílias estão as imensas estruturas da rede elétrica que servem de apoio estrutural para algumas moradias empilhadas sem planejamento.
Da mesma forma que essas estruturas dão certo suporte as construções improvisadas, também relembram o tempo todo o perigo desta proximidade com a rede elétrica, resultando em um número razoável de mortes por causa do contato direto com a eletricidade. Os moradores que ali residem - alguns com mais de dez anos de "casa" - dizem já ter se acostumado com a condição, e agora reclamam da remoção feita pela prefeitura, em nome das empresas de energia (ir)responsáveis pela área.
Não há dúvidas de que esta comunidade não deveria ter se estabelecido nesta região, deste modo. Porém, poucas são as soluções encontradas pelo poder público e por empresas privadas para realocar estas pessoas para outro lugar mais seguro. Quando a funcionária da prefeitura foi confrontada sobre o futuro destas pessoas, primeiramente afirmou que "estas pessoas" sempre voltam a morar nestas condições.
Mas quais são os incentivos, ou mesmo as alternativas que estão sendo dadas para evitar que estas famílias que atualmente estão desestruturadas e/ou passando por uma dificuldade extrema possam sair desta condição? Com certeza, se as oportunidades certas estivesses disponíveis, todos poderiam encontrar uma alternativa menos cruel e se reerguer aos poucos.


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