terça-feira, 15 de junho de 2010

Dentes brancos e bolsos menos vazios

Em relação ao meu post anterior, fiz uma certa crítica à maneira como foi abordado o tema da pobreza pela Folha e, ontem, tive a grata surpresa de verificar uma matéria que de fato trabalhava uma iniciativa pontual de melhoria das condições dos mais desfavorecidos.
No mesmo caderno Mercado, a jornalista Carolina Matos traz, sob a manchete "Dentista cria rede com mais de 100 clínicas", a experiência da rede odontológica Sorridents, que atende pessoas de baixa renda no Brasil, e em 2009 atingiu R$120 mi em faturamento.
A empresa, criada em 1995 por uma estudante de odontologia, queria atender a um público que não possuía recursos, e foi proposto um esquema de financiamento para as consultas e cirurgias. Apesar dos atendimentos não serem gratuitos e aparentemente não haver um planejamento de compensações entre quem pode e quem não pode pagar, a empresa Sorridents se enquadra em uma discussão do indiano C. K. Prahalad sobre negócios voltados à base da pirâmide.
Em seu livro, A Riqueza na Base da Pirâmide, o doutor em administração e professor de estratégia corporativa comenta sobre este novo mercado com foco nos bilhões de baixíssima renda que vivem "na base da pirâmide global". Algumas empresas notaram a possibilidade de faturar milhões por meio das vendas para as classes D e E, elaborando produtos de menor custo, maior financiamento e muitas vezes acompanhados também de baixa qualidade.
Assim, a Sorridents, retratada na matéria, vem para suprir esta carência de atendimentos odontológicos para uma população sem acesso aos serviços particulares tradicionais e ignorados pelas políticas públicas. A questão é como garantir que estes serviços mantenham um padrão de excelência sem excluir os mais pobres dos mais pobres. E ainda, por que o poder público não consegue qualificar seu atendimento à população? Atualmente o serviço é realizado pelo SUS e o cidadão tem de enfrentar filas gigantescas, esperar que abra a agenda dos dentistas, o que pode fazer com que a consulta seja realizada meses depois.
Mas, aparentemente, é possível de ser feito de uma forma diferente.

Para saber mais, acesse www.sorridents.com.br

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